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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Xô, culpa!

Nos últimos dias, vivi tantas experiências novas. Tive esperança, ansiedade, alegria, euforia, tristeza, angústia, irritação, impaciência... Há tanto o que abordar, mas vou me deter em uma situação que me incomodou bastante: o sentimento de culpa do meu marido, quando nossa FIV não deu certo.
Ele me falou que se sentia culpado por eu estar passando por aquela situação e disse que, se eu estivesse com outra pessoa, não teria esse problema.
Quem me garante que eu não teria esse mesmo problema? E, ainda que não tivesse esse, com toda certeza teria outros, talvez até mais difíceis de lidar do que com a infertilidade. É muito injusto ele se colocar como culpado, uma vez que é vítima. Ninguém tem culpa por ter um problema de saúde, digo, ele não tem culpa, não fez nada que pudesse prejudicar sua saúde. São as fatalidades da vida, eventos que não se explicam. Eu escolhi um homem pra casar, pra ser meu companheiro, não um reprodutor. E tenho muito orgulho da forma como o maridão lida com sua pouca fertilidade. Ele a assume. Vejo muitos “machões” por aí negando o problema, escondendo-o de suas parceiras, se negando a investigar e tratar. Meu maridão me avisou desde o início do namoro. Ele fez e faz todo o tratamento necessário sem nenhum preconceito ou má vontade.
Nós desejamos muito ter filhos, mas, mais importante que gerar filhos, é viver bem, com amor e harmonia. Isso a gente faz! Os filhos são consequência e eles certamente virão, seja por Fertilização ou por adoção.
Os filhos chegam na vida do casal de forma muito espaçosa. Tomam conta de tudo. Tornam-se o centro da vida. Eles, ao mesmo tempo em que unem o casal, também o separam. Deixa- se de pensar em eu e você para se pensar em nós para eles, os filhos. Praticamente tudo é para eles. E, bem disfarçadamente, essas pequenas criaturinhas começam a crescer, se desenvolver, ter ganhos sociais, adquirir autonomia e, aos pouquinhos, vão indo embora, vão ocupando menos e menos espaço. Nesse momento, o casal volta a ser como antes, só os dois. Está aí a importância de se viver bem, com amor e harmonia.
Estou muito feliz com o marido que escolhi. Vejo-nos, daqui a uns 30 anos, conversando, rindo juntos, assistindo filmes, apoiando-nos um ao outro. Vejo-me lendo um livro ao seu lado ou admirando-o enquanto canta e toca seu violão. Diante de tudo isso, que importa a forma como nossos filhos virão?



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