Ao chegar lá, fui logo atender o meu pacientezinho VIP, depois atendi mais 3 e por fim fui conhecer o abrigo, um lugar com jeito de casa. Para a minha surpresa, estava limpo e arrumado, na medida do possível. Lá não havia luxo, mas o básico estava garantido. Encontrei cerca de 40 crianças. A maioria brincava no pátio e estavam alegres. Algumas ficaram curiosas com a visitante e me encheram de perguntas e solicitações. Observei uma menina sentada em um pequeno batente, brincando sozinha. Depois se levantou e foi se juntar às outras. Fiquei observando aquela garota moreninha, cabelos escuros e lisos, 4 anos, fofinha, sorridente e que parecia se deliciar com as brincadeiras. Ela transparecia alegria e liderança. Aparentava ser completamente normal. Mas, como é possível que uma menina que reside em um abrigo, longe do aconchego da família possa ser assim, tão imaculada, tão perfeitamente criança? Ainda não tenho a resposta, mas Tarsila é assim. Certamente outras também o são, só não tive disponibilidade para perceber. Tarsila me encantou e ela nem imagina o quanto.
Fui informada que ela não estava entre aqueles que aguardavam por pais adotivos. Que pena! Queria tanto poder cuidar dela. Esse pensamento me causou espanto. Eu estava me candidatanto a adotar uma criança com 4 anos. Isso vai de encontro a tudo que idealizei. Quando pensei em adotar um filho, fui intransigente em achar que obrigadoriamente teria que ter poucos dias de vida. Pensava que para ser mãe de verdade, ou talvez para que conseguisse me sentir mãe de verdade, teria que participar da vida do meu filho desde o início dela.
Se adotasse uma criança com, por exemplo, 9 meses, como lidaria com essa lacuna? Não teria presenciado o primeiro sorriso, o sustentar da cabecinha. Não teria passado pelo sufoco das noites sem dormir. Não teria ajudado a sentar, a engatinhar... Não teria informações sobre a história e o desenvolvimento do meu filho. Será que conseguiria me sentir mãe desse bebê?
Receberia um bebê que já sorri, senta, engatinha, já tomou vacinas, tem preferências alimentares e hábitos. Será que conseguiria amar esse estranho? Sentir-me-ia a mãe dele? Agora sei que a resposta para todas essas perguntas é SIM. Quem me deu essa resposta foi um anjinho, de 4 anos, chamado Tarsila.
OI, Silvinha, vim retribuir sua visita no meu blog. realmente temos muito em comum: FIV e adoção, rs!
ResponderExcluirRealmente a gente é capaz de amar mesmo não sendo bebê. Acho que, às vezes, a gente duvida desta nossa capacidade.
Boa sorte pra nós!!!
Bjus
Obrigada pela visita, Lívia!
ResponderExcluirMuito boa sorte no seu projeto de maternidade.
Volte sempre! Abração.